quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Enquete 1:


Galera, estamos postando a nossa primeira enquete para saber mais sobre sua opinião, então postem aí nos comentários!

A palavra moderno é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido, ela é sinônimo de contemporâneo, embora, do ponto de vista histórico-cultural, moderno e contemporâneo abranjam contextos bastante diversos.Hodiernamente você acha que o ser humano está conseguindo se distanciar do seu passado de forma construtiva ou ineficiente?

a)construtiva
b)ineficiente
c)não tenho opinião formada

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Poema da Semana: Ode ao Burguês

Galera, estamos trazendo ao blog um novo quadro chamado: Poema da Semana, em que toda semana tentaremos postar um novo poema e um comentário sobre ele. Essa semana é a vez do "Ode ao Burguês".


Ode ao burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas!


Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal!
Mas as chuvas dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiuguiri!

Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!
_ Más nós morremos de fome!

Come! Come-te a ti mesmo, oh! Gelatina pasma!
Oh! Purée de batatas morais!
Oh! Cabelos na ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte á infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!

De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

Ode ao burguês é o nono poema da obra Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade, primeira obra moderna do poeta, na qual rompeu com todas as estruturas ligadas ao classicismo, posto que fez uso de versos brancos e livres. Em Ode ao Burguês, Mário de Andrade atacou as elites retrógradas. O poema caracteriza uma fase do Modernismo marcada pelo empenho na destruição de um passado literário, político e cultural que mantinha a sociedade brasileira atada a modelos e comportamentos que vigoraram em fins do século XIX.
Sua obra apresenta uma linguagem mais próxima da popular e do coloquialismo: escreve “si”, “quasi” e “guspe”, no lugar de “se”, “quase” e “cuspe”. Seu marco literário é o livro Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, no qual o índio amazônico encontra-se em choque com a tradição e cultura europeia na cidade de São Paulo.
Juntamente com Oswald de Andrade e outros intelectuais da época, Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922.

Tabela: Principais Artistas da Semana de 1922, Vida e Obras



Mário de Andrade
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no ano de 1893. Professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico, formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, passando a lecionar neste mesmo local posteriormente. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore e também passou por vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. 
Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações, este artista modernista sempre tinha tempo para ajudar os escritores que ainda não eram conhecidos. 
Enquanto viveu, ele lutou pela arte com seu estilo de escrita puro e verdadeiro. Certo de que a inteligência brasileira necessitava de atualização, este escritor modernista nunca abandonou suas maiores virtudes: a consciência artística e a dignidade intelectual. 
Foram de sua autoria os versos de Paulicéia Desvairada, considerada o marco inicial da poesia modernista no Brasil. Uma outra obra deste artista que se destacou por sua contribuição ao movimento modernista foi o livro Macunaíma, romance onde é mostrado um herói que tem as qualidades e defeitos de um brasileiro comum.
Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de Obras Completas.

Di Cavalcanti
- Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo.
 - Em 1971, ocorreu a retrospectiva da obra de Di Cavalcanti no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
- Seu estilo artístico é marcado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas mexicanos (Diego Rivera, por exemplo).
- Abordou temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o samba. O cenário geográfico brasileiro também foi muitoi retratado em suas obras como, por exmeplo, as praias.
- Em suas obras são comuns os temas sociais do Brasil (festas populares, operários, as favelas, protestos sociais, etc).
- Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos.
- Usou as cores do Brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões marcantes dos personagens retratados.
Oswaldo de Andrade
Um dos principais literatos do modernismo no Brasil, José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1890 e viveu até 1954, ano de seu falecimento.
Em 1916 deu inicio ao livro Memórias Sentimentais de João de Miramar. Em 1917 conheceu Mario de Andrade e a partir de então, passaram a trabalhar juntos iniciando movimentos que visavam a Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu em 1922. 
Ainda no ano de 1922, o escritor modernista Oswald de Andrade escreveu o romance Trilogia do Exílio. A partir de então, escreveu outras obras: Estrela de Absinto, A Escada Vermelha,  Primeiro Caderno do Aluno de Poesia, etc. 
No ano de 1924, Oswald lançou na Europa o movimento nativista Pau-Brasil. Para dar continuidade a este movimento, ele fundou, em 1927, a Revista de Antropologia com seu Manifesto Antropofágico. 
Com A Crise da Filosofia Messiânica, ele passou a ser livre Docente de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo. 
Além dos livros escritos por ele, Oswald de Andrade foi o precursor de perspectivas totalmente inexploradas pelo teatro brasileiro. 

Anita Malfatti
Anita Malfatti era filha de Bety Malfatti (norte-americana de origem alemã) e pai italiano. Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos (estudou na Independent School of Art em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista.
Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.
Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Anita Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia.
Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas dependências de sua casa.

Dissertação sobre o Expressionismo


O Expressionismo no Brasil do Século XX

        Não é preciso ser crítico ou especialista em artes para se conhecer a importância desta para o início do século XX no Brasil. O país acabava de sair de um regime monárquico caracterizado comumente como desastroso e declarava-se a abolição (embora que tardia) da escravatura. Num contexto de alta instabilidade da incipiente política democrática brasileira, a Arte apresentou então, imprescindível na construção de uma classe intelectual genuinamente brasileira.
        Ainda no final do século XIX, tanto a literatura como as artes plásticas brasileiras estavam envolvidas pela perfeição estilística parnasiana. O simbolismo, modelo que pregava o anti-positivismo materialista, representado por exímios poetas e artistas como Cruz e Souza e Paul Gauguin era marginalizado. A virada do século, sequenciada pelo terror da Primeira Guerra Mundial trouxe consigo expressões artísticas que transformavam o modo do artista enxergar o mundo. Edvard Munch, pintor do eterno “O Grito” com a representação dos horrores da vida através de figuras cadavéricas e da mistura de tons e cores, iniciava um novo modelo artístico. 
        O expressionismo chegou ao Brasil pelas obras de Lasar Segall, em 1913 numa exposição realizada no Rio de Janeiro. O artista lituano, num magnífico arsenal de quadros, dentre eles os célebres: O navio de Emigrantes e A família, causou um enorme impacto na dinâmica do cenário artístico nacional. O movimento tem como principais características a deformação e o exagero da realidade e a liberdade e o desprendimento de técnicas. Caracterizado pela ousadia e pela inovação, o expressionismo foi um importante precursor para a arte moderna brasileira iniciada em 1922.
        É de fundamental importância, portanto, “a preparação do solo”, cultivado pelo expressionismo para o movimento de vanguarda característico da arte do século XX. Lasar Segall poderia ser caracterizado, junto de Anita Malfatti (outra artista de extrema importância no cenário nacional) como pais da arte moderna brasileira, homenageados na contemporaneidade.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Biografia: Lasar Segall



Artista completo, Lasar Segall experimentou todas as formas de expressão de sua época. Pintor, desenhista, gravador e escultor, foi um mestre do Expressionismo e um dos introdutores do Modernismo no Brasil, vindo a ser um símbolo para toda uma geração.
Nascido em Vilna, capital da Lituânia, na época sob o domínio do Império russo, foi discípulo de Antokolski, um dos mais importantes escultores russos do século XIX. Com 15 anos, porém, instala-se em Berlim e freqüenta a rigorosa Academia Imperial de Belas Artes de Berlim, de onde seria afastado em 1909 por expor na Freie Sezession ( Secessão Livre ), onde ganhou o prêmio Max Lieberman em um período no qual sua obra esteve fortemente influenciada pelo impressionismo.
A partir daí se transfere para Dresden, onde passa a freqüentar a Academia de Belas Artes como aluno-mestre, desfrutando de total liberdade de criação. É também aí que acontece sua primeira exposição individual.
Em 1913, Segall vem pela primeira vez ao Brasil, expondo em São Paulo e Campinas, onde percebe-se já em sua obra uma forte influência do expressionismo do grupo Die Brücke ( A Ponte ), de Dresden. No ano seguinte Segall seria internado em um campo de concentração, experiência que iria representar mais tarde em suas obras inspiradas pela Segunda Guerra.
No início dos anos 20 Lasar Segall instala-se definitivamente no Brasil, naturalizando-se depois de casar com Jenny Klabin, em 1925. A partir daí passa a ser uma das peças centrais do Modernismo, atuando como um contraponto alemão às influências francesas. E neste período que começam a surgir temas brasileiros em sua obra, e as formas passam a ganhar contornos menos angulosos e tensos - mas sem perder a característica expressionista. Mário de Andrade chamou este período de 'fase da contemplação'. As personagens são agora mulatas, negros, marinheiros e prostitutas. Tem grande atuação sob a vida cultural paulista neste momento, fundando a Sociedade Paulista de Arte Moderna ( SPAM ), em 1932. Era amigo e conselheiro de algumas das figuras mais importantes do Modernismo, como Mario de Andrade, Geraldo Ferraz e Gregori Warchavchik - que projetou a casa onde Segall viveu até sua morte. Além disso, passa a dar aulas e irá influenciar toda uma geração de gravadores brasileiros.
Com a aproximação da Guerra, porém, seu trabalho retorna aos temas trágicos. Lasar Segall dizia que a obra devia ser despida de requintes estilísticos se quisesse expressar o sofrimento humano de maneira profunda, e é isso que podemos ver nas séries como Navio de Emigrantes e Pogrom.
No final de sua vida volta aos temas brasileiros, pintando as séries 'Erradias' e 'Florestas'. Em 1951 tem lugar uma grande retrospectiva no MASP, seguida de salas especiais nas I e III Bienais de São Paulo e uma sala póstuma na IV, que foram as primeiras de uma série de exposições que resultariam, mais tarde, na criação do Museu Lasar Segall, instalado na casa em que viveu, no bairro da Vila Mariana.

Criação do Blog: As Cores do Século XX

 Bem vindo ao nosso novo blog, As Cores do Século XX, criado pela turma do 2º Ano A 2012. No momento ainda estamos criando e modelando a nossa página, mas tentaremos postar toda semana aqui no Blog, então fique ligado!