O Expressionismo no Brasil do Século
XX
Não é preciso ser crítico ou
especialista em artes para se conhecer a importância desta para o início do
século XX no Brasil. O país acabava de sair de um regime monárquico
caracterizado comumente como desastroso e declarava-se a abolição (embora que
tardia) da escravatura. Num contexto de alta instabilidade da incipiente
política democrática brasileira, a Arte apresentou então, imprescindível na
construção de uma classe intelectual genuinamente brasileira.
Ainda no final do século XIX, tanto a
literatura como as artes plásticas brasileiras estavam envolvidas pela
perfeição estilística parnasiana. O simbolismo, modelo que pregava o
anti-positivismo materialista, representado por exímios poetas e artistas como
Cruz e Souza e Paul Gauguin era marginalizado. A virada do século, sequenciada
pelo terror da Primeira Guerra Mundial trouxe consigo expressões artísticas que
transformavam o modo do artista enxergar o mundo. Edvard Munch, pintor do
eterno “O Grito” com a representação dos horrores da vida através de figuras
cadavéricas e da mistura de tons e cores, iniciava um novo modelo
artístico.
O expressionismo chegou ao Brasil pelas
obras de Lasar Segall, em 1913 numa exposição realizada no Rio de Janeiro. O
artista lituano, num magnífico arsenal de quadros, dentre eles os célebres: O
navio de Emigrantes e A família, causou um enorme impacto na dinâmica do
cenário artístico nacional. O movimento tem como principais características a
deformação e o exagero da realidade e a liberdade e o desprendimento de
técnicas. Caracterizado pela ousadia e pela inovação, o expressionismo foi um
importante precursor para a arte moderna brasileira iniciada em 1922.
É de fundamental importância, portanto,
“a preparação do solo”, cultivado pelo expressionismo para o movimento de
vanguarda característico da arte do século XX. Lasar Segall poderia ser
caracterizado, junto de Anita Malfatti (outra artista de extrema importância no
cenário nacional) como pais da arte moderna brasileira, homenageados na contemporaneidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário